domingo, 28 de outubro de 2012

Estamos aí

Depois de um longo e tenebroso inverno causado pela greve nas universidades federais, eis que chega o momento da defesa do TCC!
Será amanhã (29), às 10h. A banca será formada pelos professores Luiz Antônio Mousinho, Carmélio Reynaldo, Thiago Soares e Matheus Andrade.

Que dê tudo certo!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Lua Cheia

Hoje, para quem não sabe, é o aniversário de Chico!
Nascido em 19 de junho de 1944, ele completa 68 anos. Não podia deixar de desejar os parabéns.

Que ele continue nos encantando a cada dia! Que continue compondo preces com melodia, que continue espantando a guerra, a ditadura e as prisões soprando o amor. Que saiba expressar não só a alma feminina, mas todo os gritos e ânsias da sociedade.

Que A Banda hoje saia para as ruas, cantando um sonoro "parabéns".  =)



Parabéns, Chico!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Cidade Maravilhosa, és minha!"

É com muita alegria que eu vos digo: a tarde ontem foi de muito (mas muito, MESMO) alívio, satisfação e sensação de dever cumprido!

"O Rio de Janeiro de Chico Buarque" está (quase) pronto!



Quase porque, na verdade, ainda faltam as correções dos (co)orientadores, e depois disso, eu, com certeza, ainda vou reler, e reler novamente - e, se der, só mais uma vez.

 (Algo me diz que daqui para quando ele for, finalmente, para a gráfica, eu vou acabar decorando todo o texto)

Mas o que importa é que, gente, ontem eu escrevi a ÚLTIMA linha! O fim do fim! O fim da terceira (ou quarta - ainda a decidir) parte, o fim do último capítulo, o fim do livro! Sério, a sensação é muito boa!

Claro, ainda falta o relatório. Mas, tendo em vista que eu já tenho o relatório do Expocom pronto, ele não vai dar muito trabalho. Só acrescentar algumas coisinhas e, pronto: acabou.

Falando em Expocom, a noite hoje está reservada à finalização dos slides para a apresentação de "O Rio de Chico Buarque" (é, faltou o 'de Janeiro'! ops!) no sábado, às 10h30.

 Pelo que pude ver no ensalamento do Expocom, parece que "O Rio de Chico Buarque" está concorrendo com os trabalhos intitulados "Meu querido, meu velho..." (da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e "Crônica: sem salto" (da Universidade Potiguar). Só que, diferente dos anos anteriores, esse ano não haverá o júri presencial.  Ou seja, eles já sabem qual é o trabalho vencedor! A apresentação ( Deus sabe o quanto eu detesto apresentar qualquer coisa) vai ter caráter unicamente eliminatório: quem não apresentar, estará automaticamente desclassificado.

Em resumo: minha felicidade ao descobrir que não haveria júri presencial foi rapidamente substituída por uma onda de apreensão, quando soube que teria, de qualquer forma, que apresentá-lo e... podem começar a torcer!

(De qualquer forma, ter passado na primeira fase já me deixou muito feliz!)

Aos que leram até aqui, como brinde, aqui vai o último parágrafo do livro:










Hahahah Claro que não!


Beijos! E obrigada por terem me acompanhado até aqui!
(Continuem acompanhando!)
Rafaela Gambarra


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Imagina

Essa semana, em vias de finalizar a terceira (e última) parte de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque", resolvi reler um dos livros que já havia lido sobre a vida de Chico. Assim, poderia lembrar de algum detalhe que ficou esquecido, acrescentar um ou outro elemento às páginas já escritas e, até mesmo, aguçar, na memória, os trechos de algumas músicas.

O escolhido para ser novamente degustado foi "Folha Explica: Chico Buarque". Uma publicação (obviamente) da Publifolha, escrita por Fernando de Barros e Silva.

Folha explica Chico Buarque
Crédito: Google

Nela, dei de cara, novamente, com Julinho Adelaide (citado no post anterior). Logo abaixo transcrevo o trecho (é engraçadíssimo, vale a pena ler!) para vocês.

Mas, antes, vou contar a ideia que tive:
No momento em que estava lendo as páginas sobre Julinho Adelaide, estava escrevendo, também, sobre um certo personagem que conheci nas avenidas do Rio. Como o livro (O Rio de Janeiro de Chico Buarque) se trata de uma obra de romance não-ficcional (ou New Journalism - expliquei melhor aqui), há uma certa mistura de fatos reais com criações do próprio autor. A ideia, a princípio, foi a de dar aos personagens do livro os nomes de alguns personagens já criados por Chico. Eu já vinha citando, em alguns momentos, nomes de mulheres que são narradas em suas músicas (Bárbara, Rita, Cecília), ou trechos dessas músicas, mas sem que elas fossem, propriamente, personagens da história. A idéia agora é trocar o nome dos personagens, que vinham sendo dados de forma aleatória por mim, pelos nomes dessas mulheres. Além disso, eu posso ainda descrevê-las de acordo com as músicas de Chico...
Imagine só, por exemplo, o tipo de mulher que vem a sua mente quando escuta "A Rita"?

Vou tentar fazer essas mudanças esse fim de semana! Espero que dê certo e que a ideia seja aprovada pelos orientadores! =)

A seguir, o trecho sobre Julinho Adelaide:

"Em setembro de 1974, Julinho ainda concedeu uma longa entrevista ao jornal Última Hora. Era um escárnio completo, coadjuvado pelo pai de Chico, o historidor Sérgio Buarque. Julinho dizia que evitava aparecer em público porque tinha uma cicatriz no rosto, atingido pelo famoso violão que Sérgio Ricardo atirou contra a platéia no 3º Festival da Record, em 67. Mais adiante, estocava Chico, dizendo que ele não sabia cantar, e logo depois completava: "Ele tá faturando em cima do meu nome e eu estou faturando em cima do nome dele. Acho que isso é normal. [...] Eu sou é pragmático".
Como Julinho não podia revelar seu rosto, a entrevista surgiu emoldurada por uma imensa foto de uma mulher negra e sorridente. A legenda a identificava como Adelaide de Oliveira, sua mãe, moradora da favela da Rocinha, amiga de Oscar Niemeyer e de Vinícius de Moraes. Era, na verdade, uma imagem que Sérgio Buarque pinçara de um de seus livros de história. Para completar o teatro, Chico ainda daria uma entrevista ao Jornal do Brasil, na qual respondia às provocações de Julinho".

(Folha Explica Chico Buaque, pág. 76)

Esse Chico...



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Julinho Adelaide

Na década de 70, surgiu um novo nome na música brasileira: Julinho Adelaide. Vocês já ouviram falar dele? Querem saber o que ele tem a ver com Chico?


Crédito: Google

Ele é, na verdade, o próprio Chico. Para driblar os censores do regime militar, Chico passou a assinar suas músicas com o nome de um personagem fictício: Julinho Adelaide. Através dele, conseguiu driblar a censura em Acorda amor, Jorge Maravilha e Milagre brasileiro.

Veja abaixo depoimento de Mário Prata sobre "entrevista feita com Julinho Adelaide" (uma dica do prof. Carmélio Reynaldo):

Julinho de Adelaide, 24 anos depois
  Depoimento de Mário Prata

Eu me lembro até da cara do Samuel Wainer quando eu disse que estava pensando em entrevistar o Julinho da Adelaide para o jornal dele. Ia ser um furo. Julinho da Adelaide, até então, não havia dado nenhuma entrevista. Poucas pessoas tinham acesso a ele. Nenhuma foto. Pouco se sabia de Adelaide. Setembro de 74. A coisa tava preta.

- Ele topa?

- Quem, o Julinho?

- Não, o Chico.

O Chico já havia topado e marcado para aquela noite na casa dos pais dele, na rua Buri. Demorou muitos uísques e alguns tapas para começar. Quando eu achava que estava tudo pronto o Chico disse que ia dar uma deitadinha. Subiu. Voltou uma hora depois.

Lá em cima, na cama de solteiro que tinha sido dele, criou o que restava do personagem.

Quando desceu, não era mais o Chico. Era o Julinho. A mãe dele não era mais a dona Maria Amélia que balançava o gelo no copo de uísque. Adelaide era mais de balançar os quadris.

Julinho, ao contrário do Chico, não era tímido. Mas, como o criador, a criatura também bebia e fumava. Falava pelos cotovelos. Era metido a entender de tudo. Falou até de meningite nessa sua única entrevista a um jornalista brasileiro. Sim, diz a lenda que Julinho, depois, já no ostracismo, teria dado um depoimento ao brasilianista de Berkely, Matthew Shirts. Mas nunca ninguém teve acesso a esse material. Há também boatos que a Rádio Club de Uchôa, interior de São Paulo, teria uma gravação inédita. Adelaide, pouco antes de morrer, ainda criando palavras cruzadas para o Jornal do Brasil, afirmava que o único depoimento gravado do filho havia sido este, em setembro de 1974, na rua Buri, para o jornal Última Hora.

Como sempre, a casa estava cheia. De livros, de idéias, de amigos. Além do professor Sérgio Buarque de Hollanda e dona Maria Amélia, me lembro da Cristina (irmã do Julinho, digo, Chico) e do Homerinho, da Miucha e do capitão Melchiades, então no Jornal da Tarde. Tinha mais irmãos (do Chico). Tenho quase certeza que o Álvaro e o Sergito (meu companheiro de faculdade de Economia) também estavam.

Quem já ouviu a fita percebeu que o nível etílico foi subindo pergunta a resposta. O pai Sérgio, compenetrado e cordial, andava em volta da mesa folheando uma enorme enciclopédia. De repente, ele a coloca na minha frente, aberta. Era em alemão e tinha a foto de uma negra. Para não interromper a gravação, foi lacônico, apontando com o dedo:

- Adelaide.

Essa foto, de uma desconhecida africana, depois de alguns dias, estaria estampada na Última Hora com a legenda: arquivo SBH. Julinho não se deixaria fotografar. Tinha uma enorme e deselegante cicatriz muito mal explicada no rosto.

Naquelas duas horas e pouco que durou a entrevista e o porre, Chico inventava, a cada pergunta, na hora, facetas, passado e presente do Julinho. As informações jorravam. Foi ali que surgiu o irmão dele, o Leonel (nome do meu irmão), foi ali que descobrimos que a Adelaide tinha dado até para o Niemeyer, foi ali que descobrimos que o Julinho estava puto com o Chico:

- O Chico Buarque quer aparecer às minhas custas.

Para mim, o que ficou, depois de quase 25 anos, foi o privilégio de ver o Chico em um total e super empolgado momento de criação. Até então, o Julinho era apenas um pseudônimo pra driblar a censura. Ali, naquela sala, criou vida. Baixou o santo mesmo. Não tínhamos nem trinta anos, a idade confessa, na época, do Julinho.

Hoje, se vivo fosse, Julinho teria 55 anos. Infelizmente morreu. Vítima da ditadura que o criou.

Há quem diga porém que, como James Dean e Marilyn Monroe, Julinho estaria vivo, morando em Batatais, e teria sido ele o autor do último sucesso do Chico, A foto da capa. Sei não, o estilo é mesmo o do Julinho. O conteúdo então, nem se fala.

(Entrevista extraída do site do próprio Chico)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Roda viva

Está rolando na web um vídeo da "Comédia MTV" com paródia da canção Roda Viva apresentada por Chico Buarque e MPB-4 na era dos festivais.

A canção original, de Chico, (confira aqui a letra) foi feita para uma peça de mesmo nome e ficou em 3º lugar no III Festival da TV Record, em outubro de 1967  - o primeiro lugar ficou com Ponteio, de Edu Lobo e Capinan; o segundo com Domingo no parque, de Gilberto Gil; e o quarto lugar foi de Caetano Veloso, com Alegria, alegria.

Já a paródia da Comédia MTV está recheada de indiretas para emissoras e personalidades do Brasil.






Confira a letra (da paródia):


"Plim Plim coloriu 89 Editou pra não ver Lulalá
Sobre o episódio da edição do debate entre Collor e Lula no segundo turno das eleições de 1989, que privilegiou o primeiro.
Olimpíada não se promove
Sobre a omissão da Globo em relação às Olimp...íadas 2012, cujos direitos de transmissão são da concorrente Record.
É bueno a boca calar
O episódio do Cala Boca, Galvão (Bueno), da época da Copa.
Liberta a raposa do cabo
Sobre a demora da NET e Sky em liberar o sinal do Fox Sports, depois deste ter tirado a transmissão da Libertadores dos canais Sportv, da Globosat, que já foi sócia das duas primeiras.
Chato que não deu pra acabar
O filme Chatô, Rei do Brasil, produzido pro Guilherme Fontes, que consumiu milhões de reais e nunca ficou pronto
Tem cenoura no angu do Gomes Veste a carapuça pra lá
Sobre a lenda do Mário Gomes
Todo mundo já foi pra Band Tem argentino, tem arregão
Sobre as recentes contratações da Band: Diego Guebel, diretor artístico e argentino, e a galera do Pânico, que leva ao ar o quadro “O maior arregão do mundo”.
Quem mexeu com os garis ontemVai virar piada amanhã
Sobre a polêmica do Boris Casoy com os garis e o quadro Jornal do Boris, estrelado por Carioca no Pânico na TV!
Nem tudo é possível sem floresMarido falou muito mais
Sobre a briga entre Ana Hickmann, apresentadora do Tudo é Possível e Cris Flores, e a boca sem freio do marido da ex-modelo ao falar da Adriane Galisteu, apresentadora do Muito Mais.

Papa raso quem não teve fama
Sobre a cobertura de subcelebridades, que rola com mais frequência no TV Fama.
Erra sete pra desinformar
Portal R7, da Record.
Tem gente que não é criativa, copia faz mix por lá
Sobre a Mix TV que tem programação similar a da MTV
Mas quando a casseta vai fundonem adianta miar
Sobre o novo programa Casseta e Planeta Vai Fundo e a nova contratada Miá Mello.
Agora é tarde
Programa do Danilo Gentili
Saturday agora é sunday
Sobre o Saturday Night Live Brasil que, apesar do nome, será exibido aos domingos (mas segundo o Rafinha não tem problema porque ninguém sabe o que é Saturday no Brasil, ok ok)
Quanto é que custa o Maracanã
Sobre as alterações no valor da construção do Maracanã, que deve custar quase R$ 1 bilhão.
A tarde é suja de sangue
Sobre o vespertino A Tarde é Sua, da Sônia Abrão, que privilegia o mundo cão.
O Rei fazendo operação
Cirurgias plásticas feitas pelo Dr.Rey no Dr.Hollywood
Pastor só sai de madrugadaRebanho não pode enxergar
Onipresença dos pastores nas madrugadas, quando o “rebanho” já está dormindo (e não enxerga as movimentações escusas dos sacerdotes porque a fé os cega, tsá)
Dizem-me que quem não pagaMais cedo ou mais tarde cai-cai
Pregação dos pastores de que quem não paga o dízimo deixa o diabo entrar em sua vida. O cai-cai é uma prática comum em igrejas pentecostais, em que os fiéis caem “possuídos” pelo Espírito Santo. Recentemente o Domingo Espetacular, da Record, lançou uma reportagem questionando a prática. Edir Macedo chegou a dizer que os praticantes do culto estão dominados não pelo Espírito Santo, mas por Satanás.
ET massageou minhas costasDesculpe errei de tv
Sobre a história contada pela primeira-dama da Rede TV!, Daniela Albuquerque, em que teria sido massageada por um ET na adolescência (foi uma versão de “O que vi da vida” com ETs e menor repercussão).
Está a maior zorra na praçaSó pra agradar Classe C
Sobre a zorratotalização da programação das TVs para agradar a nova Classe C (o fenômeno pode ser chamado também de prassenossificação)
Anãozinho, bunda gigantetem dançarina, competição
Personagens e formatos presentes em programas populares.
Vai já pro sofá, figurante
Teste do sofá
Reality vale 1 milhão
Realities como BBB e A Fazenda, que pagam mais de 1 milhão de reais para os vencedores.
Um belo monte de artistasPra gota d’agua não cair
Vários artistas se reuniram para produzir o vídeo Gota d’agua, em que protestam contra a construção da Usina de Belo Monte.
Mas no delta da cachoeiraTucano não pode sorrir
Sobre o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira, a construtora Delta e governos tucanos no Centro-Oeste (e o petista Agnelo Queiroz)
Calou-se o prefeito na sombrao André deu perda total
Sobre o assassinato do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel. Um dos suspeitos era o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra.
Ai que bom ter o mapa da mina
Tem uma lenda que diz que o pai do Eike Batista, Eliezer Batista, ex-executivo da Vale do Rio Doce, teria deixado um mapa com informações privilegiadas sobre jazidas para o filhão.
Paris quem descobriu foi…. Cabral
Sobre as relações privilegiadas de empresários com o governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro e suas constantes viagens para Paris com o secretariado.
Um tem sobrancelha gigante
Marcelo Adnet
Uma é caipira
Dani Calabresa
A outra é anã
Tatá Werneck
Um careca e outro fumante
Paulinho Serra e Bento Ribeiro
MTV acaba amanhã
Sobre os boatos de que a emissora estaria à venda"

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bastidores

As revisões foram tranquilas e fiquei muito feliz (e aliviada) com elas. Provavelmente irá ocorrer apenas uma mudança de ordem geográfica na organização das partes... mas isso não adianta eu tentar explicar que vocês só vão conseguir entender quando estiverem com o livro em mãos (sem chantagem).

Desde segunda-feira, comecei a escrever a terceira (e última) parte! Mãos a obra!

A seguir, como prometido, agora, com a segunda parte pronta, mais uma "colher de chá" para o blog:

(O primeiro parágrafo)

"Lá de cima, do Cristo, na parte de trás do Cristo, o que a gente vê, na verdade, é o subúrbio, a parte pobre do Rio, da Cidade Maravilhosa. A parte do Rio que, como os próprios cariocas dizem, Deus esquece. Que o Cristo não vê. E que, sabe, não é só Ele que não vê. Pouquíssimas são as pessoas que vão ali atrás, tentar ver alguma coisa. E, quando vão, as montanhas não deixam. Barram a paisagem, para ver quem consegue furar primeiro o céu. Aquele céu, ali, cintilando, gritando todos os tons que são possíveis existir. No avesso da montanha, labirinto. São casas sem cor, ruas de pó, cidade que não se pinta. São meninos que se alimentam de luz. É o Rio. O outro lado da Cidade Maravilhosa

(...)"



p.s.: Nesta sexta e sábado, Wagner Homem e Rogério Silva estão apresentando espetáculo em Recife contando as histórias das canções de Chico Buarque. Saiba mais clicando aqui.

Histórias de Canções
Sexta (25) e sábado (26), a partir das 21h
Teatro da Boa Vista – Rua Dom Bosco, 551, bairro da Boa Vista
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia), à venda nas lojas Avesso








segunda-feira, 21 de maio de 2012

Maravilha

A primeira parte de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque" passou na primeira fase (o juri virtual) do Expocom!

Não entendeu nada?

Explico:
Existe a Intercom (que é a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), existem os Congressos Nacionais e Regionais da Intercom, e existe o Expocom, que é uma espécie de 'concurso' entre os alunos da graduação dos cursos de comunicação. Em outras palavras (ou melhor, nas palavras da própria página do Expocom): "é uma oportunidade para os alunos de graduação e recém-formados de ver a qualidade dos seus trabalhos atestada não apenas por seu professor-orientador, como também por um grupo de professores de instituições de ensino de todo o país, especializados no tema do projeto".

A primeira parte de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque" está concorrendo na modalidade  "Produção em jornalismo opinativo – Editorial, Comentário, Artigo, Coluna, Resenha, Crônica, Caricatura (avulso apresentado em qualquer suporte)", no Congresso Regional - Nordeste.


No sábado, depois de quase desistir de entrar na página da Intercom (o resultado estava previsto para sair na quinta-feira), fui presenteada com a seguinte Carta de Aceite:

Título do Trabalho: O Rio de Chico Buarque

Autor(a/es): Rafaela Alves Nóbrega Gambarra (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA); Thiago Soares (Universidade Federal da Paraíba)

Evento: XVII Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação

Data: 21/5/2012


CARTA DE ACEITE
Temos a satisfação de informar que o trabalho, acima indicado, proposto para apresentação no XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, promovido pela Intercom e FBV - Recife - PE, a realizar-se de De 14 a 16 de Junho de 2012, foi ACEITO.
Consulte em www.intercom.org.br ou  a Programação geral para informar-se da data, horário e local específicos onde a apresentação deverá ser feita.
Solicitamos a gentileza de seguir as instruções abaixo durante a apresentação do seu trabalho.
  1. O participante terá 15 minutos para apresentar seu trabalho. Neste tempo está incluído a demonstração do produto, independente do tempo de duração no caso de videos, filmes, programas de rádio e Tv. Se o produto tiver longa duração, fazer um teaser  com duração maxima de 5 minutos para demonstração perante o juri presencial.
  2. É permitido uso de suporte de power point durante a apresentação.
  3. Após os 15 minutos de apresentação, a banca utilizará mais 5 minutos para arguir o participante do prêmio.
  4. Seja breve, objetivo, direto na  sua defesa.
  5. O não comparecimento a sessão de apresentação resultará na desclassificação automática do selecionado.
Agradecemos desde já sua presença e contribuição acadêmica ao Congresso.

Cordialmente,
Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Secretaria-geral do XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste

 ------

Agora é só esperar a data da apresentação (o Congresso será nos dias 14, 15 e 16 de junho) e torcer para que ele também seja aprovado no juri presencial.

Torçam comigo!
Rafaela Gambarra




terça-feira, 15 de maio de 2012

O corsário do rei

Boas novas!

A segunda parte do livro (como dito, são três!) está oficialmente finalizada. Deu, ao todo, 29 páginas. Somando as 11 da primeira página... estamos em 40!
Como se trata de um livro de turismo, a idéia (maldito acento) é que ele seja em formado de pocket book... sabe? Aqueles, pequenininhos. Em números, 17 x 12,5 cm.
Fiz uma rápida diagramação, no próprio Word, e, dessa forma, estamos em 83 páginas.

Quantidade não é tudo, claro! Na verdade, não é quase nada. Mas, admito, já dá uma ótima sensação de alívio.
Amanhã é o dia da revisão pelo meu orientador, Thiago Soares,  e em seguida vem a revisão do co-orientador, Matheus Andrade.
Que dê tudo certo!

E, agora, explico o título da postagem:


Em mais uma das minhas buscas por Chico, encontrei, no site do próprio Chico, uma entrevista feita por Wagner Homem (pelo menos, acredito que tenha sido ele, já que a entrevista é assinada por "O Editor" e o editor e curador do site de Chico é ele...) com um ex-censor da ditadura militar, o jornalista - e radialista - Carlos Lucio Menezes.

Crédito: Google



Vejam um trecho da entrevista:


"Lúcio, se alguém pergunta a qualquer pessoa se gosta do seu trabalho, a pessoa diz que tem hora que sim, tem hora que não. Tem prazer, tem desprazer. Quais teriam sido os seus prazeres e os seus desprazeres nessa função de censor?
Eu tenho a creditar muitos mais prazeres do que desprazeres."


Vale a pena dar uma olhada! Clique aqui!


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Acalanto

Depois de mais de 15 dias sem dar notícias, aqui estou eu, para dizer que estou viva... e muito bem! Digo, refiro-me ao trabalho. Ele tá andando de vento em polpa, graças a Deus.

Explico:
Na última semana, quarta-feira à tarde, descobri que iria viajar para o Rio na quinta de madrugada. Foi, sem dúvidas, a viagem mais imprevisível da minha vida. Eu sabia que ainda iria voltar ao Rio, tinha umas coisas que eu precisava ver por lá para terminar de escrever o livro... só não esperava que, sabe, fosse naquele dia. Arrumei as malas rapidinho, dei uma repassada nas músicas de Chico, fiz o roteiro e, pronto, 11h da noite estava indo para Recife, pegar o avião.

Crédito: Rafaela Gambarra


Os locais visitados, dessa vez, foram os mais... comuns. Bem, com certeza, bem mais comuns que os que eu visitei da outra vez. Não teve nenhuma comunidade, nenhum teleférico passando por cima dos morros ou coisa assim. Foi a vez de Copacabana, Ipanema, Leblon e Gávea. E de um salto de asadelta na Gávea - a parte mais emocionante da viagem e que, com certeza, será ótima de ser narrada!

 Crédito: câmara acoplada a própria asadelta (?)

No mais, as coisas estão todas indo bem. O livro é dividido em três partes - a primeira eu já terminei e já foi revisada; a segunda, estou terminando, quase entrando na terceira. 

Que continue assim! 
Beijos,
Rafaela Gambarra

 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Querido Diário

Devo confessar que as coisas não têm sido como eu imaginava - não que isso seja ruim - e que, vez ou outra, eu tenho tropeçado um pouco.

Digo, é a questão da inspiração, sabe? Isso, que todo mundo que escreve, seja um livro ou uma monografia, tem. Semana passada, até a quarta-feira, eu estava, sem pena nem dó, me forçando a escrever, com ou sem vontade, independente do que fosse.

[Confesso que essa história de prazos (faltam só SESSENTA dias!!!) estava (no passado, claro) me deixando meio apreensiva]

Só que... não dá. Não é que estivesse ruim. É que estava horrível! Mostrei a uma amiga e ela disse que não, mas, sabe, estava. Poderia ficar melhor. Aí parei tudo, respirei, joguei tudo para cima, e na sexta, bem descansada, peguei, reescrevi algumas coisas, e consegui escrever inúmeras outras. O segundo capítulo, daqui para quarta-feira, então, vai estar pronto. 

Acontece que não dá para fazer no bolo. Não foi Chico quem disse, mas foi Toquinho e Vinícius de Moraes (uma grande inspiração para ele), que, certa vez, falaram que é preciso paixão. Lembra? E, agora, todo dia de manhã, cedinho, quando eu acordo, repito, pelo menos três vezes: Éprecisopaixão, éprecisopaixão, éprecisopaixão.

Aí escrevo.

Não importa se uma, duas, três ou dez páginas.

>> Para me programar melhor, organizei a finalização dos capítulos em um cronograma (me cobrem! hahahah)

1º cap: ok
2º cap: até o dia 04/04
3º cap: até o dia 18/04
4º cap: até o dia 04/05
(...)


p.s.: Descobri uma publicação de Chico no Pasquim em que ele se coloca como jornalista: clique aqui e veja
 p.s.2: Matheus me emprestou um CD com 183 faixas de Chico! E dá-lhe Chico!

quarta-feira, 21 de março de 2012

A banda

Hoje, eu vi, de repente, A Banda passar. Digo... tava tudo meio triste, meio murcho, meio fraco. E, agora, tenho um sorriso estampado nos olhos e fiz questão de, assim que saí daquela sala, desentortar todas as rosas que apareceram no caminho.

Tou falando da conversa com meu orientador. Foi hoje, pela manhã.

E eu, que sou só um pouquinho ansiosa, ontem à noite estava em frangalhos. Deve ser normal dar uma ansiedadezinha, né!?  Assim, uma coisinha de nada (uma coisinha de nada que não deixa a gente dormir a noite inteira).

Mas a conversa foi ótima! Ele leu o esboço que eu havia escrito para o primeiro capítulo e adorou! Fiquei super feliz por estar no caminho certo. Agora, é só escrever o resto (assim, bem simples).

A única ressalva que ele fez foi em relação a algumas músicas que eu havia citado no texto (duas) e não havia esmiuçado muito. Tipo, fiz referência à Pedro Pedreiro e, por certo, imaginei que todo mundo sabe de que música se trata (no livro não vai ter a opção de hyperlink...).  A idéia, então, é colocar um trecho da música entre parênteses, ou fazer um joguinho literário com a letra delas. Hoje à noite faço isso e pronto! O primeiro capítulo vai estar concluído!

E, também, ele sugeriu que eu inscrevesse esse texto no Expocom (do Intercom Nordeste, que vai acontecer em Recife, no mês de junho), na categoria de Crônica. Para isso, devo enviar o nome e CPF para ele, por e-mail (já fiz) e escrever um relatório sobre o texto (pretendo fazer, no mais tardar, semana que vem).

(Como nem tudo são flores, dessa conversa também veio outra novidade: é interessante que eu termine de escrevê-lo até o fim de maio... ops!)

Mais notícias:

  • Lembra de Felipe Pena, autor do livro Jornalismo Literário, ao qual me referi no último post? Mandei um e-mail para ele, explicando a proposta de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque" e perguntando se ele teria alguma sugestão de bibliografia em relação ao Jornalismo de Viagem. Hoje, ele respondeu: "Não tenho biblio específica, mas, se fosse você, leria ON THE ROAD, do Kerouac." Alguém conhece/tem esse livro?
  • O projeto agora tem, também, um co-orientador! Matheus Andrade! Nada mais justo...

Lendo: A Sangue Frio, de Truman Capote


segunda-feira, 19 de março de 2012

Almanaque

Em primeiro lugar, perdão pelo sumiço! Estava tentando me disciplinar mais, ler mais, escrever mais, sair do lugar - e sair da cova (adoeci por umas duas semanas, mas já estou bem). Consegui escrever. Agora, estou na página 11, finalzinho do primeiro capítulo, esperando me encontrar com Thiago (o orientador) quarta-feira para ele dar uma olhada, fazer as devidas alterações e sugestões e, a partir daí, espero que a escrita siga mais frouxa - e rápida.

A data de entrega do TCC (o livro) foi marcada! Dia 6 de julho! Admito que meu coração tem dado pulinhos toda vez que eu lembro dessa data. Como se trata de um livro, terei que finalizá-lo, pelo menos, 20 dias antes, para que a gráfica possa imprimi-lo. Mas tudo bem... Vai dar tempo. Né?! Vi, em um dos livros que li nesse período, que o escritor Carlos Heitor Cony escreveu o romance "A verdade de cada dia" em apenas nove dias. E ele ganhou o "Prêmio Manuel Antonio de Almeida", outorgado por Drummond, por esse livro! Ou seja, ficou bom. É um incentivo e tanto, não é? (só a título de curiosidade, dei uma olhadinha no Google e descobri que o livro tem 138 páginas)

Esse livro, sem ser o do Cony, mas sim o livro no qual eu soube de Cony, chama-se "Jornalismo Literário", de Felipe Pena, atual professor da UFF. Em um dos meus passeios virtuais em busca de material bibliográfico pro trabalho, descobri alguns artigos de Pena sobre o assunto  - Jornalismo Literário, estilo do qual faz parte "O Rio de Janeiro de Chico Buarque" - e acabei sendo encaminhada para o seu próprio site (http://www.felipepena.com/). No site, descobri que ele tem um livro sobre o assunto e pude ler o primeiro capítulo. Gostei tanto que acabei comprando.

A seguir, um pequeno trecho do livro, com o qual acredito poder fazer vocês sentirem o gostinho com o qual "O Rio de Janeiro de Chico Buarque" será narrado:

"A idéia do Novo Jornalismo americano, ainda nas palavras de Wolfe, é evitar o aborrecido tom bege pálido dos relatórios que caracteriza a tal "imprensa objetiva". Os repórteres devem seguir o caminho inverso e serem mais subjetivos. Não precisam ter a personalidade apagada e assumir a encarnação de um chato de pensamento prosaico e escravo do manual de redação. O texto deve ter valor estético, valendo-se sempre de técnicas literárias. É possível abusar das interjeições, dos itálicos e da sucessão de pontuações. Uma exclamação, por exemplo, pode vir após uma interrogação para expressar uma pergunta incisiva. Por que não?"

É exatamente tudo que eu tenho procurado desde que encontrei no curso de Jornalismo, só não sabia que tinha um nome.

Parece que estamos no caminho certo...






quarta-feira, 7 de março de 2012

Olho nos olhos (2)

Para os que desejam olhar nos olhos de Chico, surgiu uma grande oportunidade. Trata-se dos shows que ele fará entre os dias 19 e 22 de abril em Recife. Os ingressos começaram a ser vendidos às 9h da manhã de hoje no Centro de Convenções de Recife e através do site www.bilheteriavirtual.com.br.

Há, no entanto, duas pequenas observações: pelo site, a compra não pode ser parcelada e, além disso, aqueles que desejam comprar meia-entrada só poderão ter direito ao benefício se comprarem pessoalmente, no próprio Centro de Convenções.

E, ah! O ingresso custa R$ 280,00 (balcão, no primeiro andar) e R$ 350,00 (platéia).  Caso sejam comprados pela internet, acrescente, ainda, uma taxa de R$ 42,00 no primeiro caso e de R$ 52,50, no segundo.

Concordo que o ingresso tá super caro mas... sinceramente, vale à pena. Afinal, quando é que teremos uma outra oportunidade dessas? E, imagine só, ouvir Chico cantando ex-clu-si-va-men-te para você! Hahahahah (Foi assim que eu me senti...)

Para quem desejar conferir o repertório do show, clique aqui.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Abandono

Hoje, no início da tarde, mandei um e-mail para o assessor de imprensa de Chico, Mário Canivello, tentando marcar uma entrevista com o próprio Chico durante a turnê em Recife.
A resposta veio rápida, em poucos minutos.

---
De:Mario Canivello - Canivello Comunicação (-)
Enviada:sexta-feira, 2 de março de 2012 15:29:34
Para: Rafaela Gambarra (rafaela_ang@hotmail.com)       

Oi, rafaela. Chico não tem dado entrevistas, sobretudo agora que está em turnê.

Uma pergunta: vc solicitou autorização ao escritório dele para usar o seu nome e as suas canções no livro que pretende publicar?
---
 
Eu não solicitei, ainda, a autorização. Descobri que como, por enquanto, se trata apenas de um trabalho acadêmico, não é necessário.
E a entrevista, aparentemente, ao menos pelos meios legais, não vai dar certo.
...
Alguém conhece um livro sobre fãs ou jornalistas loucos em busca de entrevistas?!
Hm...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Gente Humilde

Crédito: Rafaela Gambarra
(No caminho para a Mangueira) 

 
"São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar"
(Gente Humilde - Chico Buarque)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sonhos sonhos são

Confesso que tenho enlouquecido, aos poucos. Não têm sido raras as vezes que eu tenho sonhado com Chico. E eu brinco, falo que sou louca por ele, que não saberia reagir caso o visse no meio da rua, mas nunca fui dessas fãs muito alucinadas. Nunca fui fã (fã, mesmo) de ninguém, nem nunca consegui entender essa coisa de fã que fica aos berros tentando chamar a atenção do artista.

Agora, levei uma tapa na cara. Tenho dado pra sonhar com Chico... semanalmente. Ao menos devo dizer que os sonhos são ótimos. Da última vez, sonhei não com ele, mas com as músicas dele. Uma espécie de show, algo assim. Loucura. Loucura.

Por outro lado, tenho outra coisa para contar. Fiquei toda feliz, sorridente e serelepe quando recebi a resposta de um e-mail que havia mandado para o professor Rinaldo Fernandes (autor do livro "Chico Buarque do Brasil") e, nela, o contato do assessor de imprensa de Chico. Será que vou conseguir marcar uma entrevista com ele durante o período em que estiver fazendo a turnê em Recife? (Aos interessados, o show irá acontecer nos dias 19, 20 e 21 de abril, no Teatro Guararapes. Os ingressos, no entanto, ainda não começaram a ser vendidos).

Espero que sim. Cruzem os dedinhos comigo, por favor. Eu não sou louca. Não quero ficar plantada lá no hotel em que ele se hospedar, perseguindo-o, buscando uma brechinha.

(Mas se for preciso...)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Acorda, amor

Como muitos dizem, hoje, finalmente, o ano começou. Para a maioria dos brasileiros, agora, sim, que passou o carnaval, é a hora de colocar os pontos nos is, de correr atrás dos sonhos e de fazer com que eles se realizem.

Eu, embora não tenha brincado carnaval, levei a sério isso de começar, hoje, na quarta-feira ingrata, a tirar os planos do papel. Só que, no meu caso, na verdade, comecei a colocá-los no papel!

Ainda terei o primeiro encontro com meu professor orientador, Thiago Soares, na primeira semana de março - assim que começarem as aulas. Mas, então, posso dizer que vou rascunhando. E o rascunho da primeira página está pronto. Saindo do forno.

A idéia é: a primeira música de Chico a ser explorada no livro será o "Samba do Grande Amor" (gravada em 1983, para o filme "Para viver um grande amor", de Miguel Faria Jr) , que faz referência ao Cristo Redentor ("fiz promessa até pra Oxumaré de subir a pé o Redentor.."). Lá de cima, conseguimos ver o Rio de Janeiro inteiro. Esse será, então, o primeiro capítulo, o ponto de partida.

Djavan e Chico cantando "Samba do Grande Amor" para o cd "Meus caros amigos"

A seguir, uma palhinha da primeira página para vocês. O primeiro parágrafo:

"Milhões de palavras, loucas, passeavam em meio à multidão. A cada passo dado, escutava centenas de sotaques. O "s" chiado do carioca, o "r" puxado do gaúcho, o arrastado inconfundível do baiano. Mais um passo e, surpresa, vi dezenas de outras línguas se esbarrando.  C'est l'amour. It's Rio! Mira el paisaje! Ja, God is Braziliaan!"

Espero que gostem!

Beijos,
Rafaela

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sonho de um carnaval

Em todos os cantos, por todos os lados, sempre tem Chico no meio. Acho, inclusive, que já falei isso por aqui. No Rio, em cada esquina, em cada livraria, cada loja de CDs, de DVDs, Chico. Um livro sobre Chico, o novo DVD, a propaganda do show.
E aqui em João Pessoa não é diferente. A cada dia que passa, me surpreendo com a quantidade de chicólatras que encontro pelas ruas. Para alguns, um mito. Os olhos verdes, os olhos azuis. O compositor, o músico, o letrista. Aquele que transforma todos os homens em cornos potenciais. Para muitas mulheres, um sonho de consumo. Sonho de Carnaval.

No último sábado, 18, organizou-se um bloco no Sebo Cultural de João Pessoa intitulado "As raparigas de Chico Buarque". Infelizmente não pude comparecer, mas soube que foi um sucesso. As "raparigas de Chico" lotaram o local. Para as mulheres, o traje era uma rosa vermelha na cabeça; para os homens, camisa listrada azul e branco, chapéu e calça branca - estilo malandro.

Crédito: Internet


A seguir, o "hino" - divertidíssimo - do bloco:

"Nós somos raparigas de Chico
Nós somos las muchachas bacanas
Pra ele eu sou mulher folhetim
A ele só digo sim
Aqui e em Copacabana

Nós somos raparigas de Chico
E debochamos das mulheres de Atenas
Todo dia não faço tudo igual
Eu sou a rosa de Chico
Pra qualquer carnaval


Sempre fui traçada em miúdos pela sua canção
Com açúcar e com afeto é o poeta predileto para ter no coração
Com açúcar e com afeto é o poeta predileto para ser meu folião (bis)"

Letra: Ademilson José


Próximos passos: 
Escrever o primeiro capítulo, conseguir o contato com a produção de Chico para tentar uma entrevista com ele durante a turnê em Recife (cruzem os dedinhos comigo!), terminar de ler "Para seguir minha jornada - Chico Buarque" e perguntar a vocês o que acharam do novo layout do blog! Ficou lindo, não ficou?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Subúrbio

Francisco Buarque de Hollanda, Chico Buarque de Hollanda ou, simplesmente, Chico. Ouvi, um dia desses, alguém comentando que achava engraçado isso de os seus fãs se sentirem tão próximos dele ao ponto de  chamarem-no simplesmente de Chico. Chico, como Zé. Como João. Como Pedro, o Pedreiro.

Acontece que Chico fala de temas tão habituais, tão ligados ao dia a dia do homem simples, que ao escutarmos suas músicas sentimo-nos em uma mesa de bar, conversando, face a face, com ele.

Além de suas músicas sobre o amor, capazes de, em qualquer ocasião, narrar os nossos próprios sentimentos, Chico narra, também, o Subúrbio - em especial, o subúrbio do Rio de Janeiro e, claro, essa música não poderia deixar de fazer parte do nosso roteiro -, mostrando que lá também há vida, também há cor, também há inspiração, mesmo nas casas sem cor, mesmo sem figurar no mapa, sem moças douradas.

Buscando essa aproximação com o subúrbio, fizemos um passeio no teleférico do Complexo do Alemão. Inaugurado em 2011, o teleférico faz um trajeto de 3,5 km, levando aproximadamente 15 minutos e liga 5 morros do Complexo à estação de trem. Além de servir para a locomoção da própria população dos morros, o teleférico tem atraído também a atenção dos turistas que querem conhecer as famosas comunidades retratadas em filmes. Agora, Chico, tem turistas, sim.

 Crédito: Rafaela Gambarra

Além disso, visitamos outros bairros citados na música. Irajá, Penha, Vigário Geral, Madureira. Detalhes, claro, no livro.


Mais:
Para quem quer conhecer um pouco mais das comunidades cariocas - narradas pela próprias comunidades -, uma boa dica é visitar o site Voz das Comunidades, ou seguir, no twitter, o perfil de Renê Silva (@rene_silva_rj).
Explico: Renê começou, com 11 anos, a escrever um pequeno jornal que circulava dentro da própria comunidade. Em 2010,  durante a pacificação do Complexo, tornou-se o correspondente da guerra em tempo real, pelo twitter, alimentando a grande mídia. Hoje, o que antes era apenas um jornalzinho e depois tornou-se uma conta no twitter, transformou-se no site Voz das Comunidades.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Linha de Montagem

Bem, por enquanto, a produção do livro está restrita às leituras. E são muitas, inúmeras. Parece que não é só o Rio que canta Chico. O mundo inteiro fala dele. A cada dia, descubro mais um livro, mais uma publicação, um outro autor, uma nova referência, um novo detalhe.

Em 'Para seguir minha jornada', por exemplo, descobri a paixão, desde cedo, que Chico cultivava por cidades. Quando pequeno, desenhada cidades imaginárias em pedaços do papel que enrolava a roupa vinda da lavanderia. Depois, 'ajudou a traçar a casa onde morou na Gávea (sim, Chico já morou na Gávea, embora hoje more no Leblon. E ambos os bairros fazem parte do roteiro do livro) e outra que construiu em Petrópolis e, não faz muito tempo, foi escolhido patrono de formatura de uma turma de arquitetura da Universidade Federal Fluminense'. A cidade que desenhava, quando criança, era feminina e se chamava Rosália. Hoje, a cidade que ele desenha em suas músicas, chama-se Rio de Janeiro. Desenha e desdesenha, com toda sua poesia.

Crédito: Google
Cidade imaginária desenhada por Chico Buarque


Em um de seus DVDs, intitulado 'Meu caro amigo', ouvi Chico falando o quanto o Rio é uma fonte de poesia para todos os compositores que resolveram narrá-la. Embora não se considere um carioca da gema, - ele se mudou para São Paulo quando tinha apenas 2 anos de idade -, narra o carioca como ninguém, da zona sul à zona norte.

Em 'Folha explica Chico Buarque', li  a matéria que Carlos Drummond de Andrade publicou no Correio da Manhã, em 1966, em referência à 'Banda'. Não sou das fãs mais fervorosas dessa música - embora compreenda a importância que ela teve na época em que foi criada -, e dessa vez tirei mais o chapéu para Drummond que para o próprio Chico.

'Se uma banda sozinha faz a cidade toda se enfeitar e provoca até o aparecimento da lua cheia no céu confuso e soturno, crivado de signos ameaçadores, é porque há uma beleza generosa e solidária na banda, há uma indicação clara para todos os que têm responsabilidade de mandar e os que são mandados, os que estão contando dinheiro e os que não o têm para contar e muito menos para gastar, os espertos e os zangados, os vingadores e os ressentidos, os ambiciosos e todos, mas todos os etcéteras que eu poderia alinhar aqui se dispusesse da página inteira. Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente.', disse. (Veja aqui a matéria completa)

Tenho descoberto muito sobre Chico e sei que ainda tem muito mais a ser desvendado. Tenho me desesperado, chorado e gritado. Descobri que isso acontece, que é normal o medo da página em branco, a pressão do trabalho final - pior, do prazo final. Mas descobri muita gente disposta a ajudar, também. Vi, numa quarta-feira, a banda passando, e me enchendo de alegria. Vi Anne me mandando, por email, um saquinho cheio de esperança, com a possibilidade de conseguir marcar uma entrevista com o próprio Chico. Vi Matheus sendo mais que um namorado, sendo um amigo, companheiro e, mais que isso, uma bússola. Vi Thiago me dando doses diárias de alegria, dizendo-se empolgado com o trabalho. Vi mamãe sendo mais que mãe, sendo amiga, e mais que amiga, sendo mãe. E me vi começando a fazer os agradecimentos, sem nem ter começado a escrever o livro.

Melhor: descobri que Chico passou 15 anos para finalizar uma música de Dominguinhos.Posso alegar ter me identificado com o objeto de estudo. Hahahah, brincadeirinha.

Próximos passos: definir a divisão dos capítulos, modificar o layout do blog, encontrar um livro sobre a história do Rio de Janeiro (alguém indica um?) e terminar as leituras sobre Chico.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

A vida do viajante

Crédito: Rafaela Gambarra

Eis a minha surpresa quando, ao entrar no avião, rumo ao Rio, dou de cara com a revista da Gol - imaginem só de quem eram os olhos verdes que estavam estampados na capa.

Exatamente. Chico.

E não foi só isso. Em cada esquina, uma referência a ele. Fosse a propaganda do show no outdoor estampado no meio da rua, fosse o novo CD na vitrine de uma lojinha no meio da cidade, fosse um livro novo (Para seguir minha jornada, de Regina Zappa - indico) sendo vendido na livraria da esquina.

No Rio, a cidade canta Chico e Chico canta a cidade.

A seguir, um trecho da matéria publicada na revista:

"Há duas características de Chico Buarque de Hollanda que ganham voo quando ele viaja. A primeira, mais conhecida, é seu lado andarilho. aonde quer que vá, Chico anda e desanda caminhos sem parar, com seus passos velozes e seu fôlego de atleta. A outra faceta, bem conhecida pelos amigos, mas quase invisível para o mundo, é o seu amor ágil e bailarino, capaz de inventar personagens, inventar que é quem não é, e fazer isso de forma totalmente desconcertante. Assume um ar de seriedade absoluta, o tom da verdade mais cristalina, para mentir desbragadamente.
(...)
Chico fazia uma turnê com o cubano Pablo Milanés. Vinham de Buenos Aires e de um êxito sem medidas. Certa noite, estávamos num táxi indo jantar. No banco de trás, o percussionista chico Batera, o produtor Vinícius França e eu (Eric Neomuceno, autor da reportagem). No da frente, ao lado do motorista, Chico.
O motorista volta e meia olhava para ele, tentando lembrar de quem se tratava. Um rosto conhecido, sem dúvida, que aliás estava em cartazes por toda a cidade. A certa altura, o motorista não aguentou e perguntou>
- Desculpe, mas conheço o senhor...
E aí começou uma das especialidades do chico viajante:
- Não, o senhor deve ter conhecido meu pai.
- Ah... e quem é o seu pai?
- Com a calma e a frieza de um cirurgião, veio a resposta:
- Manga. Lembra dele?
E assim, diante de um motorista atônito, ele virou filho do lendário goleiro do Botafogo, que em 1967 foi jogar no Nacional, do Uruguai, e virou ídolo do país. Chico então contou o que Manga andava fazendo, mencionou detalhes o pai dedicado que enchia o filho de orgulho. E, de tão feliz por ter conhecido o filho do grande Manga, que alias entendia de futebol quase tanto quanto o pai, o motorista não quis cobrar a corrida."

(em Revista Gol, número 118)




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Fantasia

Crédito: Rafaela Gambarra


Ficamos hospedados na Lapa - que, diga-se de passagem, é um dos locais mais interessantes do Rio de Janeiro - e estávamos, diariamente, em busca do famoso malandro. Além disso, nos taxis, nas bancas de revistas e em todos os locais, aproveitávamos para perguntar se havia, na cidade, algum barzinho exclusivo dos fãs de Chico. Algo como o Vinícius Bar, localizado em Ipanema, exclusivo para os fãs do poetinha. De Chico, no entanto, ninguém sabia.

Quando estávamos indo para o show, avistamos um pequeno barzinho. Uma espécie de lanchonete, restaurante, o Boteco do Chico. Fiquei super animada, jurando que finalmente tinha achado um barzinho do Chico.

Mas...bem, acontece que nos enganamos. Assim que tivemos oportunidade, passamos por lá novamente e perguntamos a um dos atendentes se aquele Chico era mesmo o Chico. O Buarque. Afinal, na Lapa, Chico... Hm... Só que não era. Fiquei arrasada. completamente desolada, olhando para cara do garçom como quem olha para o nada. Na verdade, o nome do dono do boteco que era Chico. Só isso.

* Mais tarde, descobrimos na Rua Carioca - referenciada em Pivete - um outro barzinho. Não que seja o local onde os fãs de Chico se encontram, mas... disseram por aí que o próprio vai bastante por lá. Mais detalhes... vocês já sabem.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Olhos nos olhos

Crédito: Matheus Andrade

Isso. Parecia um sonho. Parecia. Mas não era. 
O show estava marcado para as 20h. Às 18h30 já estávamos no local do show - o Vivo Rio. A casa, lotada. Todos esperavam Chico. 
Como nos bons - e belos - shows, os locais eram dispostos em mesas para quatro pessoas. Na nossa mesa, uma senhora, com seus 60 e poucos anos, e sua filha. Quando indagamos qual a música de que mais gostava, não hesitou: "Todas". Sua filha completou: "Dizem que o rei é Roberto Carlos mas, sinceramente, para mim, o rei é Chico".
19h50 - faltavam poucos minutos.
20h - o primeiro sinal tocou.
20h10 - o segundo sinal.
20h16 - o terceiro e último sinal: Chico entrou.
Lindo. Encantador.

O show foi maravilhoso. Perfeito. Mais detalhes, no livro.

Crédito: Matheus Andrade

Repertório do show de Chico Buarque - Turnê 2012:

1. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
2. De Volta ao Samba (Chico Buarque, 1993)
3. Desalento (Vinicius de Moraes e Chico Buarque, 1970)
4. Injuriado (Chico Buarque, 1998)
5. Querido Diário (Chico Buarque, 2011)
6. Rubato (Jorge Helder e Chico Buarque, 2011)
7. Choro Bandido (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985)
8. Essa Pequena (Chico Buarque, 2011)
9. Tipo um Baião (Chico Buarque, 2011)
10. Se Eu Soubesse (Chico Buarque, 2011)
11. Sem Você 2 (Chico Buarque, 2011)
12. Bastidores (Chico Buarque, 1980)
13. Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987)
14. O Meu Amor (Chico Buarque, 1977)
15. Terezinha (Chico Buarque, 1977)
16. Ana de Amsterdam (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
17. Anos Dourados (Tom Jobim e Chico Buarque, 1986)
18. Sob Medida (Chico Buarque, 1979)
19. Nina (Chico Buarque, 2011)
20. Valsa Brasileira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1988)
21. Geni e o Zepelin (Chico Buarque, 1977)
22. Barafunda (Chico Buarque, 2011)
23. Sou Eu (Chico Buarque e Ivan Lins, 2009) - com Wilson das Neves
24. Tereza da Praia (Tom Jobim e Billy Blanco, 1954) - com Wilson das Neves
25. A Violeira (Tom Jobim e Chico Buarque, 1983)
26. Baioque (Chico Buarque, 1972)
      - com citação de My Mammy (Walter Donaldson, Joe Young e Sam M. Lewis, 1918)
27. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)
      - com citação de versos escritos pelo rapper paulista Criolo sobre a melodia de Cálice
28. Sinhá (João Bosco e Chico Buarque, 2011)
Bis:
29. Sonho de um Carnaval (Chico Buarque, 1965) /
      A Felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959)
30. Futuros Amantes (Chico Buarque, 1993)
Bis 2:
31. Na Carreira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1982)
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Façamos

Foto: Rafaela Gambarra

Um pouquinho daqui, um pouquinho dali... E esse é o acervo que, até agora, tem me servido de bibliografia. Obviamente, ainda não o li todo... Mas, de pouquinho em pouquinho, chego lá.

As leituras são deliciosas e Chico tem histórias para lá de interessantes! Vocês conhecem Julinho Adelaide? Trata-se de um personagem inventado por Chico para driblar a censura nos anos 70. "Autor" das músicas "Acorda amor", "Jorge Maravilha" e "Milagre Brasileiro", Julinho deu uma entrevista, em 74, ao jornal Última Hora.

 "(A entrevista) Era um escárnio completo, coadjuvado pelo pai de Chico, o historiador Sérgio Buarque. Julinho dizia que evitava aparecer em público porque tinha uma cicatriz no rosto, atingido pelo famoso violão que Sérgio Ricardo atirou contra a platéia no 3º Festival da Record, em 67. Mais adiante, estocava Chico, dizendo que ele não sabia cantar, e logo depois completava: "Ele tá faturando em cima do meu nome e eu estou faturando em cima do nome dele. Acho que isso é normal. [...] Eu sou é pragmático". 

Como Julinho não podia revelar seu rosto, a entrevista surgiu emoldurada por uma imensa foto de uma mulher negra e sorridente. A legenda a identificava como Adelaide de Oliveira, sua mãe, moradora da favela da Rocinha, amiga de Oscar Niemeyer e de Vinicius de Moraes. Era, na verdade, uma imagem que Sérgio Buarque pinçara de um de seus livros de história. Para completar o teatro, Chico ainda daria uma entrevista ao Jornal do Brasil, na qual respondia às provocações de Julinho". 

(Em Folha explica Chico Buarque por Fernando de Barros e Filho, p. 76)


Um "obrigada" especial a Camila, Matheus, Priscilla e Mirela, que me deram e emprestaram alguns livros, cds e dvds sobre Chico. Obrigada, de coração!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sala de recepção

Era outubro. A data de entrega do projeto para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) se aproximava e eu já havia apostado em mil e uma idéias.

De cara, pensei em Chico (Buarque, claro). Comecei a pensar em mil e uma coisas. Chico e a ditadura, Chico e as mulheres, Chico e a Folha de São Paulo, Chico e... Bem, não importava exatamente o que vinha depois do "e". Sempre que eu buscava fontes, descobria que já haviam sido feitos cerca de um zilhão de trabalhos sobre ele - e sobre o tema em questão.

Sobre Chico, posso dizer que a paixão por ele vem de longe. E de uma forma inusitada.


Acontece que ela se deu através de Oswaldo (Montenegro), na verdade. Explico: há um CD de Oswaldo intitulado "Seu Francisco", uma homenagem especial ao seu grande ídolo. Lembro-me que vovô tinha esse CD e eu o ouvia horas a fio. Minha música preferida na época, até hoje me lembro, era "Ciranda da bailarina", a faixa 9 do disco.

 Foto: Internet

 Passados os anos, minha música preferida mudou - hoje, opto por "Beatriz". A paixão por Chico, no entanto, não.


Mas voltando ao TCC...
Com uma pedra no peito, aceitei mudar o foco. Acontece que além da paixão por Chico, cultivo também uma paixão enorme por viagens. Adoro estar em um lugar onde nunca estive, ver pessoas que nunca vi, me sentir uma completa desconhecida e, assim, conhecer.

Semestre passado, em um dos trabalhos da universidade para cadeira de Laboratório de Telecinejornalismo, resolvi analisar um programa de viagens veiculado pela Multishow, o "Não Conta Lá em Casa". O programa é ótimo, visita lugares totalmente inusitados misturando jornalismo e entretenimento. A ideia (maldita reforma ortogrática!) agora, então, era transformar esse trabalho no TCC.


No entanto, surgia outro problema: quero me especializar em jornalismo impresso. Sempre, desde os 14 anos, tenho certeza do que eu quero: escrever. Como, então, eu iria fazer no meu TCC, um trabalho relacionado à TV?!

E foi aí que, numa madrugada de outubro, enviei um e-mail para aquele que, mais tarde, seria meu orientador. Perceba: e-mails mandados durante a madrugada têm um quê de desespero e de falta de lucidez. Era esse o meu estado. Relatei toda minha angústia a ele que, surpreendentemente, poucos minutos depois, me respondeu.

Thiago (Soares), o orientador, sugeriu um livro-reportagem, unindo, de uma só vez, minhas duas paixões: Chico e o turismo.


A proposta:
Uma série intitulada "Turismo Musical". O primeiro livro será chamado de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque". Trata-se de um livro-reportagem no qual serão relatadas as impressões causadas pela "cidade maravilhosa" através das músicas de Chico. Irei visitar locais como o Morro dois irmãos e a Mangueira, a Lapa e o Irajá. Neles, encontrarei o malandro e suas navalhas, o Rio e suas ladeiras, o funk no Flamengo e o samba na Mangueira.

Professor orientador: Thiago Soares


Prazo final: maio/2012


Tudo isso será relatado no livro e você, visitante, poderá acompanhar sua produção aqui pelo blog: a viagem, a escolha das músicas, os tropeços e até os e-mails alucinados pelas madrugadas. Brincadeira. Prometo que tenho tentado me controlar. Mas, bem, pelo menos são e-mails...

Bem-vindos!

Conto com a presença de vocês,
Rafaela