segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Olhos nos olhos

Crédito: Matheus Andrade

Isso. Parecia um sonho. Parecia. Mas não era. 
O show estava marcado para as 20h. Às 18h30 já estávamos no local do show - o Vivo Rio. A casa, lotada. Todos esperavam Chico. 
Como nos bons - e belos - shows, os locais eram dispostos em mesas para quatro pessoas. Na nossa mesa, uma senhora, com seus 60 e poucos anos, e sua filha. Quando indagamos qual a música de que mais gostava, não hesitou: "Todas". Sua filha completou: "Dizem que o rei é Roberto Carlos mas, sinceramente, para mim, o rei é Chico".
19h50 - faltavam poucos minutos.
20h - o primeiro sinal tocou.
20h10 - o segundo sinal.
20h16 - o terceiro e último sinal: Chico entrou.
Lindo. Encantador.

O show foi maravilhoso. Perfeito. Mais detalhes, no livro.

Crédito: Matheus Andrade

Repertório do show de Chico Buarque - Turnê 2012:

1. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
2. De Volta ao Samba (Chico Buarque, 1993)
3. Desalento (Vinicius de Moraes e Chico Buarque, 1970)
4. Injuriado (Chico Buarque, 1998)
5. Querido Diário (Chico Buarque, 2011)
6. Rubato (Jorge Helder e Chico Buarque, 2011)
7. Choro Bandido (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985)
8. Essa Pequena (Chico Buarque, 2011)
9. Tipo um Baião (Chico Buarque, 2011)
10. Se Eu Soubesse (Chico Buarque, 2011)
11. Sem Você 2 (Chico Buarque, 2011)
12. Bastidores (Chico Buarque, 1980)
13. Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987)
14. O Meu Amor (Chico Buarque, 1977)
15. Terezinha (Chico Buarque, 1977)
16. Ana de Amsterdam (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
17. Anos Dourados (Tom Jobim e Chico Buarque, 1986)
18. Sob Medida (Chico Buarque, 1979)
19. Nina (Chico Buarque, 2011)
20. Valsa Brasileira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1988)
21. Geni e o Zepelin (Chico Buarque, 1977)
22. Barafunda (Chico Buarque, 2011)
23. Sou Eu (Chico Buarque e Ivan Lins, 2009) - com Wilson das Neves
24. Tereza da Praia (Tom Jobim e Billy Blanco, 1954) - com Wilson das Neves
25. A Violeira (Tom Jobim e Chico Buarque, 1983)
26. Baioque (Chico Buarque, 1972)
      - com citação de My Mammy (Walter Donaldson, Joe Young e Sam M. Lewis, 1918)
27. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)
      - com citação de versos escritos pelo rapper paulista Criolo sobre a melodia de Cálice
28. Sinhá (João Bosco e Chico Buarque, 2011)
Bis:
29. Sonho de um Carnaval (Chico Buarque, 1965) /
      A Felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959)
30. Futuros Amantes (Chico Buarque, 1993)
Bis 2:
31. Na Carreira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1982)
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Façamos

Foto: Rafaela Gambarra

Um pouquinho daqui, um pouquinho dali... E esse é o acervo que, até agora, tem me servido de bibliografia. Obviamente, ainda não o li todo... Mas, de pouquinho em pouquinho, chego lá.

As leituras são deliciosas e Chico tem histórias para lá de interessantes! Vocês conhecem Julinho Adelaide? Trata-se de um personagem inventado por Chico para driblar a censura nos anos 70. "Autor" das músicas "Acorda amor", "Jorge Maravilha" e "Milagre Brasileiro", Julinho deu uma entrevista, em 74, ao jornal Última Hora.

 "(A entrevista) Era um escárnio completo, coadjuvado pelo pai de Chico, o historiador Sérgio Buarque. Julinho dizia que evitava aparecer em público porque tinha uma cicatriz no rosto, atingido pelo famoso violão que Sérgio Ricardo atirou contra a platéia no 3º Festival da Record, em 67. Mais adiante, estocava Chico, dizendo que ele não sabia cantar, e logo depois completava: "Ele tá faturando em cima do meu nome e eu estou faturando em cima do nome dele. Acho que isso é normal. [...] Eu sou é pragmático". 

Como Julinho não podia revelar seu rosto, a entrevista surgiu emoldurada por uma imensa foto de uma mulher negra e sorridente. A legenda a identificava como Adelaide de Oliveira, sua mãe, moradora da favela da Rocinha, amiga de Oscar Niemeyer e de Vinicius de Moraes. Era, na verdade, uma imagem que Sérgio Buarque pinçara de um de seus livros de história. Para completar o teatro, Chico ainda daria uma entrevista ao Jornal do Brasil, na qual respondia às provocações de Julinho". 

(Em Folha explica Chico Buarque por Fernando de Barros e Filho, p. 76)


Um "obrigada" especial a Camila, Matheus, Priscilla e Mirela, que me deram e emprestaram alguns livros, cds e dvds sobre Chico. Obrigada, de coração!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sala de recepção

Era outubro. A data de entrega do projeto para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) se aproximava e eu já havia apostado em mil e uma idéias.

De cara, pensei em Chico (Buarque, claro). Comecei a pensar em mil e uma coisas. Chico e a ditadura, Chico e as mulheres, Chico e a Folha de São Paulo, Chico e... Bem, não importava exatamente o que vinha depois do "e". Sempre que eu buscava fontes, descobria que já haviam sido feitos cerca de um zilhão de trabalhos sobre ele - e sobre o tema em questão.

Sobre Chico, posso dizer que a paixão por ele vem de longe. E de uma forma inusitada.


Acontece que ela se deu através de Oswaldo (Montenegro), na verdade. Explico: há um CD de Oswaldo intitulado "Seu Francisco", uma homenagem especial ao seu grande ídolo. Lembro-me que vovô tinha esse CD e eu o ouvia horas a fio. Minha música preferida na época, até hoje me lembro, era "Ciranda da bailarina", a faixa 9 do disco.

 Foto: Internet

 Passados os anos, minha música preferida mudou - hoje, opto por "Beatriz". A paixão por Chico, no entanto, não.


Mas voltando ao TCC...
Com uma pedra no peito, aceitei mudar o foco. Acontece que além da paixão por Chico, cultivo também uma paixão enorme por viagens. Adoro estar em um lugar onde nunca estive, ver pessoas que nunca vi, me sentir uma completa desconhecida e, assim, conhecer.

Semestre passado, em um dos trabalhos da universidade para cadeira de Laboratório de Telecinejornalismo, resolvi analisar um programa de viagens veiculado pela Multishow, o "Não Conta Lá em Casa". O programa é ótimo, visita lugares totalmente inusitados misturando jornalismo e entretenimento. A ideia (maldita reforma ortogrática!) agora, então, era transformar esse trabalho no TCC.


No entanto, surgia outro problema: quero me especializar em jornalismo impresso. Sempre, desde os 14 anos, tenho certeza do que eu quero: escrever. Como, então, eu iria fazer no meu TCC, um trabalho relacionado à TV?!

E foi aí que, numa madrugada de outubro, enviei um e-mail para aquele que, mais tarde, seria meu orientador. Perceba: e-mails mandados durante a madrugada têm um quê de desespero e de falta de lucidez. Era esse o meu estado. Relatei toda minha angústia a ele que, surpreendentemente, poucos minutos depois, me respondeu.

Thiago (Soares), o orientador, sugeriu um livro-reportagem, unindo, de uma só vez, minhas duas paixões: Chico e o turismo.


A proposta:
Uma série intitulada "Turismo Musical". O primeiro livro será chamado de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque". Trata-se de um livro-reportagem no qual serão relatadas as impressões causadas pela "cidade maravilhosa" através das músicas de Chico. Irei visitar locais como o Morro dois irmãos e a Mangueira, a Lapa e o Irajá. Neles, encontrarei o malandro e suas navalhas, o Rio e suas ladeiras, o funk no Flamengo e o samba na Mangueira.

Professor orientador: Thiago Soares


Prazo final: maio/2012


Tudo isso será relatado no livro e você, visitante, poderá acompanhar sua produção aqui pelo blog: a viagem, a escolha das músicas, os tropeços e até os e-mails alucinados pelas madrugadas. Brincadeira. Prometo que tenho tentado me controlar. Mas, bem, pelo menos são e-mails...

Bem-vindos!

Conto com a presença de vocês,
Rafaela