quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Façamos

Foto: Rafaela Gambarra

Um pouquinho daqui, um pouquinho dali... E esse é o acervo que, até agora, tem me servido de bibliografia. Obviamente, ainda não o li todo... Mas, de pouquinho em pouquinho, chego lá.

As leituras são deliciosas e Chico tem histórias para lá de interessantes! Vocês conhecem Julinho Adelaide? Trata-se de um personagem inventado por Chico para driblar a censura nos anos 70. "Autor" das músicas "Acorda amor", "Jorge Maravilha" e "Milagre Brasileiro", Julinho deu uma entrevista, em 74, ao jornal Última Hora.

 "(A entrevista) Era um escárnio completo, coadjuvado pelo pai de Chico, o historiador Sérgio Buarque. Julinho dizia que evitava aparecer em público porque tinha uma cicatriz no rosto, atingido pelo famoso violão que Sérgio Ricardo atirou contra a platéia no 3º Festival da Record, em 67. Mais adiante, estocava Chico, dizendo que ele não sabia cantar, e logo depois completava: "Ele tá faturando em cima do meu nome e eu estou faturando em cima do nome dele. Acho que isso é normal. [...] Eu sou é pragmático". 

Como Julinho não podia revelar seu rosto, a entrevista surgiu emoldurada por uma imensa foto de uma mulher negra e sorridente. A legenda a identificava como Adelaide de Oliveira, sua mãe, moradora da favela da Rocinha, amiga de Oscar Niemeyer e de Vinicius de Moraes. Era, na verdade, uma imagem que Sérgio Buarque pinçara de um de seus livros de história. Para completar o teatro, Chico ainda daria uma entrevista ao Jornal do Brasil, na qual respondia às provocações de Julinho". 

(Em Folha explica Chico Buarque por Fernando de Barros e Filho, p. 76)


Um "obrigada" especial a Camila, Matheus, Priscilla e Mirela, que me deram e emprestaram alguns livros, cds e dvds sobre Chico. Obrigada, de coração!

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