sexta-feira, 8 de junho de 2012

Imagina

Essa semana, em vias de finalizar a terceira (e última) parte de "O Rio de Janeiro de Chico Buarque", resolvi reler um dos livros que já havia lido sobre a vida de Chico. Assim, poderia lembrar de algum detalhe que ficou esquecido, acrescentar um ou outro elemento às páginas já escritas e, até mesmo, aguçar, na memória, os trechos de algumas músicas.

O escolhido para ser novamente degustado foi "Folha Explica: Chico Buarque". Uma publicação (obviamente) da Publifolha, escrita por Fernando de Barros e Silva.

Folha explica Chico Buarque
Crédito: Google

Nela, dei de cara, novamente, com Julinho Adelaide (citado no post anterior). Logo abaixo transcrevo o trecho (é engraçadíssimo, vale a pena ler!) para vocês.

Mas, antes, vou contar a ideia que tive:
No momento em que estava lendo as páginas sobre Julinho Adelaide, estava escrevendo, também, sobre um certo personagem que conheci nas avenidas do Rio. Como o livro (O Rio de Janeiro de Chico Buarque) se trata de uma obra de romance não-ficcional (ou New Journalism - expliquei melhor aqui), há uma certa mistura de fatos reais com criações do próprio autor. A ideia, a princípio, foi a de dar aos personagens do livro os nomes de alguns personagens já criados por Chico. Eu já vinha citando, em alguns momentos, nomes de mulheres que são narradas em suas músicas (Bárbara, Rita, Cecília), ou trechos dessas músicas, mas sem que elas fossem, propriamente, personagens da história. A idéia agora é trocar o nome dos personagens, que vinham sendo dados de forma aleatória por mim, pelos nomes dessas mulheres. Além disso, eu posso ainda descrevê-las de acordo com as músicas de Chico...
Imagine só, por exemplo, o tipo de mulher que vem a sua mente quando escuta "A Rita"?

Vou tentar fazer essas mudanças esse fim de semana! Espero que dê certo e que a ideia seja aprovada pelos orientadores! =)

A seguir, o trecho sobre Julinho Adelaide:

"Em setembro de 1974, Julinho ainda concedeu uma longa entrevista ao jornal Última Hora. Era um escárnio completo, coadjuvado pelo pai de Chico, o historidor Sérgio Buarque. Julinho dizia que evitava aparecer em público porque tinha uma cicatriz no rosto, atingido pelo famoso violão que Sérgio Ricardo atirou contra a platéia no 3º Festival da Record, em 67. Mais adiante, estocava Chico, dizendo que ele não sabia cantar, e logo depois completava: "Ele tá faturando em cima do meu nome e eu estou faturando em cima do nome dele. Acho que isso é normal. [...] Eu sou é pragmático".
Como Julinho não podia revelar seu rosto, a entrevista surgiu emoldurada por uma imensa foto de uma mulher negra e sorridente. A legenda a identificava como Adelaide de Oliveira, sua mãe, moradora da favela da Rocinha, amiga de Oscar Niemeyer e de Vinícius de Moraes. Era, na verdade, uma imagem que Sérgio Buarque pinçara de um de seus livros de história. Para completar o teatro, Chico ainda daria uma entrevista ao Jornal do Brasil, na qual respondia às provocações de Julinho".

(Folha Explica Chico Buaque, pág. 76)

Esse Chico...



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